O amor acaba.
Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova,
depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados,
diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar;
de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical,
depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão;
como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado;
na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg,
entre frisos de alumínio e espelhos monótonos...
(Layse Maria)
Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova,
depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados,
diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar;
de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical,
depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão;
como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado;
na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg,
entre frisos de alumínio e espelhos monótonos...
(Layse Maria)
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